Articulação de Grupos Autônomos - AGA
A Articulação de Grupos Autônomos - AGA reúne uma diversidade de coletivos e movimentos sociais que desenvolvem e/ou apoiam iniciativas de resistência autonoma e com foco em economias coletivas. Buscamos construir uma rede cada vez mais forte e ampla de apoio mútuo entre os grupos que buscam seu autossustento em relações de trabalho sem patrão, exploração ou hierarquias.
A luta e a organização coletiva de hoje são um resgate ancestral da luta de quilombolas e indígenas que continuam construindo suas lutas nestes termos e tão como têm inspirado camponeses e outros grupos oprimidos, inspiram os nossos coletivos.
Somente através da auto-organização popular, autônoma e independente é possível construir poder popular baseado nas dimensões politica, cultural e econômica. Nisso, a AGA apresenta uma estratégia para a construção desse poder, fortalecendo não apenas a produção coletiva autônoma, mas também colocando em prática a auto-organização em todas as esferas de sua atuação. Além de propor uma forma justa de sustento e da capacidade popular de se autogerir e possuir os frutos do nosso trabalho de forma integral, as economias coletivas apresentam também uma proposta de organização do trabalho que se opõe à lógica individualista que domina na sociedade atual. Sem a necessidade de chefes, somos capazes de administrar nossa produção, nosso trabalho e lidar com as nossas diferenças, priorizando sempre a igualdade, liberdade e cooperação.
Todos os grupos que compõem a AGA estão comprometidos com a produção colaborativa, mostrando que a alternativa para não ser explorado não é nem individualizando-se como micro-empreendedor nem tornando-se um micro-empresário explorador, mas organizando-se coletivamente para produzir, vender e revender nossos produtos, poupar e investir o nosso próprio dinheiro sem depender de empresas capitalistas ou bancos.
Contudo, entendemos que a economia coletiva é um meio (não um fim em si), através do qual movimentos sociais, no campo e na cidade, podem organizar e fortalecer suas lutas. Embora sem que toda nossa agenda foque nas questões econômicas, estas devem estar relacionadas às demais questões sociais e culturais que dão base a nossa luta popular. Entendemos a coletivização das nossas atividades econômicas como contraponto à lógica individualizadora do capitalismo.
Apesar de organizados coletivamente e avançando humildemente nessa proposta, os limites do que podemos alcançar são os limites do próprio sistema e mercado capitalista. Sem romper com o próprio capitalismo não haverá uma vida e economia verdadeiramente autônoma. Portanto iniciativas de coletivização nunca podem estar isolados e/ou depender da boa vontade de governos ou ONGs e precisam sempre estar embutidos em contextos mais amplos de luta e organização popular.
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