Rio de Janeiro-RJ: 2º Ato pelo Passe Livre e Libertação das/os Presas/os Políticas/as
Nesta sexta-feira, 09 de janeiro, ocorreu o 2º Ato pelo Passe Livre e Pela Libertação dos Presos Políticos, convocada pelo Movimento Passe Livre - MPL e pela Frente Independente Popular - FIP. A concentração, marcada para as 17hs na praça da Cinelândia, reuniu aproximadamente 3.000 manifestantes de diversos movimentos sociais. O trajeto foi definido minutos antes, onde uma votação decidiu que se seguirira em direção à Central do Brasil, passando em frente a Assembleia Legislativa do estado - ALERJ.
Atualizado em 10 de janeiro de 2015 às 20:25hs
Durante o trajeto, policiais militares acompanhavam cercando pelos quatro lados a passeata. Logo após passarem pela ALERJ um manifestante, que se destacou nos últimos anos por usar uma fantasia do batman, integra a caminhada e logo é repudiado por muitos dos presentes.
Tal revolta aconteceu pois, Eron Melo esteve presente em passeatas que pediam a intervenção militar e também, utilizando sua fantasia de Batman, posou para fotos ao lado de Jair Bolsonaro; um Deputado Federal conhecido por sua apologia ao militarismo e por diversas declarações polêmicas, como a recente ofensa à também Deputada Federal Maria do Rosário, onde ele declara que ela não merece ser estuprada por ele. Entre outras, ele já declarou que homossexualidade é falta de surra e em resposta a uma pergunta sobre o que ele faria se seu filho "se apaixonasse por uma negra", ele disse que não discutia sobre "essas promiscuidades" pois seus "filhos foram muito bem educados".
Chegando à Central do Brasil, os manifestantes entram na estação da Supervia, entoaram gritos de protesto e ameaçam dar passagem gratuita xs trabalhadorxs que utilizam o trem para voltarem para suas casas e já contam com uma passagem mais cara, como ocorrera no início do ano passado. No entanto, não houve nenhum confronto ou correria. Algum tempo depois a manifestação seguiu em retorno à Cinelândia.
Ao chegar próximo ao Theatro Municipal, um grupo de Policiais Militares detém uma manifestante e a agridem, arrastando-a pelo chão de pedras portuguesas. Um policial a segura pela camisa e a arrasta deixando-a apenas de sutiã. Os policiais também agridem cinegrafistas que filmavam no momento, inclusive, tentando quebrar a câmera de um Jornalista e atingindo outro com uma cabeçada. Em seguida levaram-na para dentro do Batalhão da Polícia Militar localizado na rua Evaristo da Veiga, enquanto isso, manifestantes argumentavam que “batalhão não é delegacia".
Cerca de 30 minutos depois um oficial do Batalhão informou que a manifestante foi levada para a 17ª DP em São Cristovão. Advogados, mídias independentes e outros ativistas se dirigiram à 17ª para acompanhar o caso. A manifestante chamada Thamires, teve vários ferimentos, como pode-se ver pelas agressões na filmagem abaixo. Ela também teve seus seios apalpados e beliscados por um policial no momento em que era colocada no carro, dentro do Batalhão da Polícia para ser levada à delegacia. Ao chegar na DP, sua mochila foi vistoriada e nada foi encontrado, no entanto, algumas horas depois a polícia surgiu com algumas gramas de maconha alegando ser dela.
Além da menina, mais um manifestante foi detido acusado de dano ao patrimônio público. Ele estava presente no momento em que revistaram a mochila de Thamires e confirma que não havia nada de ilegal dentro dela no momento, ficando a suspeita de ter sido mais um caso de implantação de provas forjadas em prisões de manifestantes.
Segue o vídeo integral, sem corte, da violência policial sobre a manifestante:
No dia 03 de janeiro as passagens aumentaram 13,3% passando a tarifa de ônibus de R$ 3,00 para R$ 3,40. Para justificar o alto aumento nas passagens a prefeitura argumentou que o Tribunal de Contas do Município negou o pedido de repasse de R$ 60 milhões da educação às concessionárias para cobrir as gratuidades, acarretando em R$ 0,131 dos R$ 0,40 de aumento. O Tribunal de Contas negou essa afirmação.
Também argumentou que R$ 0,058 do aumento será destinada para cobrir os custos da compra de 1.525 ônibus com ar-condicionado. No entanto, o prefeito já declarou que a meta para que 100% da frota de ônibus estivesse com Ar Condicionado em 2016 não será alcançada a tempo e por isso estendeu o prazo.
Em fevereiro do ano passado o Tribunal de Contas do Município calculou que o valor da passagem de ônibus deveria ser reduzida para R$ 2,50 e que o valor estabelecido é muito superior ao correto para cumprir as metas reais.
Apesar das manifestações virem contra o aumento das passagens elas pedem, além disso, o estabelecimento de um transporte público gratuito, capaz de servir a toda população. Atualmente, cerca de 20% da população da cidade do Rio de Janeiro não tem acesso ao transporte público por não poder pagar e mesmo assim, para muitas pessoas o transporte chega a sugar 40% da renda familiar.
Algumas cidades no Brasil já adotaram o transporte verdadeiramente público, livre de catracas. Entre elas está a cidade de Maricá, no estado do Rio de Janeiro, que desde o final do ano passado passou a disponibilizar transporte gratuito a toda população.